É muito difícil mudar um comportamento. A maioria das pessoas que conheço enfrenta esse problema. Estamos dispostos a mudar? Será que realmente queremos isso?
Uma das coisas que aprendi no trabalho de autoconhecimento é reconhecer meus defeitos e qualidades. Cada dia aprendo algo novo nesse quesito e percebo que tenho mais defeitos que qualidades.
Reconhecer os defeitos não é um tipo de autodepreciação, pelo contrário, é observar aquilo que bloqueia um bom relacionamento com as pessoas e consigo mesmo.
Esta semana me peguei pensando justamente nesses defeitos. Percebi que nos últimos anos tenho convivido com esses defeitos e condicionado a mim e as pessoas à minha volta com a velha desculpa do:
“Eu sou assim mesmo, me aceite”.
Esta, com certeza, é a resposta mais fácil. Com essa resposta, eu retiro toda a responsabilidade que tenho de mudar e simplesmente jogo a responsabilidade para que as pessoas e o mundo à minha volta “me aceitem”.
O autoconhecimento não pode se reduzir a reconhecer seus defeitos e qualidades como forma de identidade, sem buscar uma mudança. Eu sou um ser humano e não uma pedra; tenho um cérebro com uma poderosa capacidade de adaptação chamada neuroplasticidade, ou seja, ele transforma suas propriedades fisiológicas.
Se o cérebro, que é o centro cognitivo do meu corpo, tem essa capacidade de mudar, eu, como um organismo complexo que possuo um cérebro também, preciso estar disposto a isso.
Mudar é difícil. Mudar velhos hábitos é mais difícil ainda, mas preciso estar diariamente disposto a fazer isso, reconhecer meus defeitos e buscar mudá-los.
Viver com ousadia não tem a ver com ganhar ou perder.
Esta semana terminei o livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, de Brené Brown. Achei bem interessante e, com certeza, irei trazer esse livro para o PicciniCast.
Gostei de uma frase que li no livro:
“Viver com ousadia não tem nada a ver com ganhar ou perder. Tem a ver com coragem. Em um mundo onde a escassez e a vergonha dominam e sentir medo tornou-se um hábito, a vulnerabilidade é subversiva.”
Brené Brown
A ousadia não pode estar apenas atrelada a um resultado, nesse sentido, a palavra arriscar seria mais adequada. Ousadia é um estilo de vida, uma pessoa ousada é capaz de se pôr em um estado de vulnerabilidade, que é o tema central que a autora trabalha.
Não podemos confundir ousadia somente com grandes atitudes, uma pessoa que se percebe com muita timidez, quando se propõe a realizar uma atividade que a expõe, por exemplo, uma apresentação em público, ela está sendo ousada se colocando em um estado de vulnerabilidade.
Falar o quanto ama uma pessoa é uma ousadia, pois você se expõe. E daí vem a grande lição por trás dessa citação: ser ousado sem esperar resultados, sem ganhar ou perder.
Falar “eu te amo” para uma pessoa, sem esperar que ela retribua. Ajudar uma pessoa sem esperar que ela agradeça.
Para desenvolver ousadia como estilo de vida é preciso coragem diária, pois ao longo da vida diversas situações exigem uma tomada de ação rápida.
Lembro quando era adolescente, morria de vergonha de cumprimentar as pessoas na rua, eu tinha medo de falar um “bom dia” e não ser retribuído. Ainda hoje em dia tenho receio disso, porém tenho me colocado sempre nessa condição de ser ousado, estar vulnerável.
Esse exemplo que citei acima pode ser bem bobo para algumas pessoas, mas o exercício é justamente encontrar aquilo que é desafiador em nossas vidas, que exige coragem.
Qual será seu ato de ousadia e coragem hoje?