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Aprendizado Ativo x Aprendizado Passivo. Você estuda certo?

Sabe o que é aprendizado ativo? Você é daqueles que fica lendo um livro e quando alguém pergunta o que está fazendo responde… “estou estudando ué!

Pois é meu amigo ou amiga, pode ser que sua maneira de estudar não seja tão boa quanto pensa.

Neste artigo eu vou explicar a diferença entre o aprendizado ativo e o aprendizado passivo e como eles influenciam na qualidade dos seus estudos.

Também vou passar 8 dicas para ser um estudante ativo. Leia até o final para descobrir como como desenvolver o aprendizado ativo.

A referência para este artigo é o livro The Study Skills Handbook, da autora Stella Cottrell.

Mas afinal, o que é Aprendizado Ativo e Aprendizado Passivo?

Antes de tudo é importante saber a diferença entre os dois tipos de aprendizado.

O que é Aprendizado Passivo?

O termo tem origem do inglês Passive Learning

Aprendizado Passivo é quando você não se envolve com os estudos. Se você apenas lê um livro de direito constitucional sem grifar, anotar ou tentar se envolver com a leitura, não aprendeu 100%.

Imagino agora que você esteja com essa pergunta em mente…

“Professor Piccini, a leitura não é uma forma de aprendizado?”

Lógico que sim, mas você aprende bem pouco se comparado ao aprendizado ativo.

O que é Aprendizado Ativo?

O termo de origem do inglês Active Learning.

Aprendizado ativo é quando há envolvimento com os estudos.

Se você lê um livro, grifando, escrevendo, recitando parte do texto, significa que está assimilando melhor as informações, está aprendendo com eficácia.

Por que o Aprendizado Ativo é mais importante?

O cérebro humano, sobretudo a memória trabalha com links ou ligações.

Para uma informação ficar na memória é preciso que haja uma ligação com algo relevante em sua vida.

Vamos a um exemplo…

Você continua lendo aquele livro de direito constitucional sem se envolver, apenas lendo, sem grifar, anotar, etc. Provavelmente lembrará somente dos últimos parágrafos de sua leitura.

Continuando com o exemplo…

Digamos que você faça a mesma leitura anterior, só que agora grifando, anotando, recitando passagens do livro. Significa que envolveu todos os seus sentidos com a leitura.

Ao usar vários sentidos em seus estudos, trabalha diferentes áreas do cérebro, com isso sua memória armazena a informação com mais facilidade. Você aprende melhor e memoriza mais.

Entendeu por que é importante o aprendizado ativo?

8 dicas para ser um estudante ativo

Agora você já entender os conceitos vou passar abaixo 8 dicas para você se tornar um estudante ativo e ter muito mais resultados com seus estudos.

#1 Fazer perguntas torna o aprendizado ativo.

dica 1 de aprendizado ativo

Sabe quando você consegue achar a resposta para um problema super complicado que no final você até grita “Ah, agora entendi!”

Depois que você encontra uma resposta, você nunca mais esquece a informação.

Isto se deve principalmente ao fato de que perguntas obrigam o cérebro a trabalhar em dobro. Depois que você tem a resposta o cérebro evita descartá-la, ele sabe que houve dificuldade para resolver e que precisa guardar essa informação.

Criar perguntas sobre suas leituras deixa seu aprendizado ativo e faz com que você compreenda e memorize melhor um assunto.

COLOQUE EM PRÁTICA

Sempre ao final de uma sessão de estudos, crie um questionário de perguntas.

Seja criativo, crie perguntas abertas e também de múltipla escolha. Deixe esses exercícios prontos e no outro dia quando estudar, responda eles.

Isso vai ser útil para aumentar o envolvimento com os estudos e também para revisar o conteúdo do dia anterior.

#2 Pensar e refletir sobre o conteúdo.

Quando estou estudando, uma das coisas que mais gosto de fazer é dar pequenas pausas para pensar a respeito.

Eu utilizo as pausas para refletir. Eu divago um pouco sobre o assunto que acabei de ler, penso sobre como o autor chegou àquela conclusão.

Quando faço isso eu estou criando em meu cérebro imagens mentais, fazendo com que o conteúdo tenha cor e vida em minha mente, isso me ajuda na concentração e memorização.

Vou repetir o que escrevi acima, utilizar várias áreas do cérebro durante uma sessão de estudos ajuda a memorizar mais.

COLOQUE EM PRÁTICA

Ao fazer a sua próxima leitura, pare para pensar a respeito do assunto a cada capítulo ou tópico.

Por exemplo…

Se estiver estudando história, pare para refletir sobre a época, imagine como as pessoas viviam naquele momento, sinta a história que está lendo. Quanto mais envolver sua imaginação, mais fixará o conteúdo.

#3 Adotar hábitos regulares de estudo ativo.

Você já deve ter lido no meu artigo sobre como desenvolver o hábito de estudar sobre como é importante estudar com regularidade (se você ainda não leu, recomendo que leia).

Estudar todos os dias faz com que seu cérebro se acostume ao constante processamento de informação. Os sinais elétricos que percorrem seus neurônios no cérebro passam a ocorrer de maneira mais rápida.

É como praticar exercício, se você começar a correr todos os dias em pouco tempo estará em uma maratona, é obvio que depende do esforço de cada um.

Estudar pouco todos os dias, tem muito mais eficácia do que estudar todo o conteúdo na véspera, por isso estude com regularidade e jamais se mate de estudar na véspera de uma prova.

Esse inclusive é um dos principais elementos do Método 5 para desenvolver sua inteligência.

COLOQUE EM PRÁTICA

Estude um pouco todos os dias. Uma ideia bem legal é montar um cronograma de estudos com sua rotina da semana.

Recomendo que você leia meu artigo sobre como montar um plano de estudos perfeito, lá eu ensino tudo o que você precisa para organizar uma rotina de estudos diária.

 #4 Integrando os Estudos a sua vida pessoal.

Um dos piores hábitos de estudo que observo na maioria das pessoas é que existe hora de estudar e hora de lazer, e na hora do lazer eu costumo escutar…

“Cara, eu nem quero saber de próclise, mesóclise e ênclise agora, estou no meu momento de folga.”

NÃO!

Esse tipo de atitude só faz com que tudo aquilo que você estudou desapareça em seu cérebro. Você acabou de ler no inicio desse artigo que, quanto mais envolver seus estudos à sua vida, mais sua memória consolida a informação.

Todas as vezes que estiver aproveitando um momento de lazer, associe aos seus estudos, isso é ótimo, ajudará muito no entendimento e memorização do tema estudado.

COLOQUE EM PRÁTICA

Logo na adolescência eu passei a sofrer do surto de considerar tudo da escola inútil, eu pensava “nunca vou usar isso na minha vida.”

Minhas notas passaram a despencar. Lógico, o que eu estava dizendo para mim mesmo era “Isso é inútil, então pode descartar da memória.” Percebi que se não mudasse de atitude reprovaria.

Foi então que desenvolvi uma tática de estudo chamada “O que isso tem a ver comigo?”

Todas as vezes que estudava, eu pensava um pouco, como integrar isso a minha vida? Passei a usar o que aprendia na escola ao meu dia-dia. Quando estudava português, eu analisava coisas que eu lia na rua, outdoors, banners, televisão, teve uma época que aquilo chegava até ser divertido.

Na próxima vez que você estudar use a técnica do “O que isso tem a ver comigo?”, você vai aprender mais e ainda será divertido.

#5 Se concentre nos seus estudos.

dica 5 de aprendizado ativo

Estudar sem concentração. Esse é um dos piores hábitos. Hoje em dia vivemos em um mundo de muita conectividade, barulho e informação.

A concentração é muito difícil, a maioria das pessoas têm pouca concentração durante uma leitura, o que agrava com a falta de hábitos de leitura.

Quando você estuda sem concentração, ou fazendo várias atividades ao mesmo tempo, por exemplo, estudando e enviando mensagens a um amigo no celular, prejudica seu processo de memorização.

Quando você estuda com concentração ativa áreas do cérebro como a imaginação e as áreas sensoriais. Isso facilita a criação de bancos de memórias.

Os bancos de memória são como várias copias de um arquivo em diferentes pastas do seu computador para evitar perdê-lo futuramente.

Lembre do envolvimento com os estudos. Um estudante ativo é aquele que se engaja de todas as maneiras com o conteúdo. Ele é protagonista e não espectador.

COLOQUE EM PRÁTICA

Existem muitas técnicas para desenvolver a concentração.

Tenho um artigo completo sobre concentração nos estudos, recomendo sua leitura vai ajudar muito a melhora sua atenção.

#6 Crie suas próprias estratégias de estudo

Aqui está uma das dicas que mais gosto de usar.

Quando você cria seus próprios métodos de estudo você aprende em dobro. Isso acontece porque você utiliza sua criatividade, capacidade de criação que está associada ao hemisfério direito do seu cérebro, a parte da imaginação.

Quando você usa a imaginação em seus estudos, você memoriza com mais facilidade, já mencionei isso diversas vezes aqui.

COLOQUE EM PRÁTICA

Na internet existem muitas ferramentas que você pode usar para estimular sua imaginação, aqui vão duas que eu sempre uso e podem te ajudar:

Se você tem facilidade com desenho, pode fazer seus infográficos ou quadros de citações a mão mesmo.

Eu gosto muito de gravar minhas leituras e depois escutar. Durante uma sessão de estudo eu deixo meu celular gravando enquanto leio um conteúdo ou explico para mim mesmo algo que entendi (parece coisa de doido, mas funciona que é uma beleza :-).

Quando vou fazer uma caminhada eu coloco esse áudios para ouvir. Isso me ajuda muito.

#7 Vá além do material básico de estudos.

dica 7 de aprendizado ativo

Muitas pessoas gostam de estudar com apostilas. Existem ótimas apostilas no mercado, mas as apostilas muitas vezes tratam os assuntos de maneira rasa. O ideal é ir além da simples leitura das apostilas.

Procure mais informações sobre o conteúdo que está estudando. Ao pesquisa se aprofunda no tema, e aprende com mais velocidade. Lembre-se de colocar em prática tudo o que aprende.

Jamais deixe passar algo que você não aprendeu de fato. Se você não compreende uma palavra, procure seu significado. Se você não está entendendo o assunto, procure mais informações a respeito.

COLOQUE EM PRÁTICA

Selecione assuntos mais importantes ou que sente mais dificuldade de aprendizado. Separe um tempo para fazer uma pesquisa em sites, vídeos e livros. Procure várias fontes de informação, isso ajudará a solucionar suas dúvidas e se aprofundar no tema.

#8 Peça ajuda quando precisar e escute os feedbacks.

Não é errado pedir ajuda quando precisa. Por isso não tenha medo de procurar amigos ou professores para ajudar nas dificuldade.

Um dos maiores erros dos estudantes é ir embora das aulas ou deixar videoaulas com dúvidas. Se o seu professor não é tão acessível converse com algum colega que tenha entendido, o mais importante é compreender o tema.

Outro grande erro é não saber escutar feedbacks. Muitos estudantes insistem em um erro, simplesmente porque não aprenderam a escutar.

COLOQUE EM PRÁTICA

Eu confesso que sempre fui um aluno tímido, cheguei muitas vezes a ir embora da aula sem entender nada. Isso mudou quando eu propus um desafio a mim mesmo. Todas as aulas eu faria pelo menos uma pergunta.

Então todas as aulas que frequentava, mesmo quando eu estava entendendo muito bem, fazia perguntas. Eu lia o texto previamente e separava 3 perguntas sobre o texto para perguntar durante a aula.

Com isso desenvolvi o habito de ler previamente sobre o assunto e tornei meu aprendizado ativo, desafio você a fazer o mesmo!

Para concluir

Espero que você tenha compreendido claramente a diferença entre aprendizado ativo e aprendizado passivo. Tenha entendido que estudar com envolvimento torna o aprendizado eficaz. Procure maneiras de usar as 8 dicas que passei aqui durante seus estudos.

Para facilitar criei um infográfico do aprendizado ativo e aprendizado passivo,  Imprima-o e cole no seu local de estudos, assim você sempre se lembrará de usar as dicas durante seus estudos.

Próximos passos

  1. Deixe um comentário. Pode ser uma dúvida ou simplesmente um oi, sua participação é muito importante para mim 🙂
  2. Compartilhe com algum amigo ou amiga que também está estudando
  3. Coloque em prática o que você aprendeu aqui.

Graduado em História e Mestre em Educação pela UFMS. Aqui no Projeto Estudar e Aprender compartilho artigos baseados em minhas pesquisas teóricas na área da educação, tecnologia educacional, neurociência e psicologia da aprendizagem. Saiba mais aqui