Se você está se preparando para provas, concursos ou faculdade já deve ter percebido que estudar mais nem sempre significa estudar melhor.
A ciência do cérebro e da mente revela que técnicas específicas podem potencializar sua memorização, atenção e compreensão.
Neste artigo, vou compartilhar 5 métodos de estudo que transformarão sua rotina. Todos são respaldados por pesquisas nas áreas da neurociência e psicologia.
Prepare-se para descobrir como espaçamento, recuperação ativa, elaboração, codificação dupla e descanso estratégico podem ser seus aliados!
Esse artigo é um resumo do meu vídeo sobre esse tema, se quiser pode assistir o vídeo também:
1. Espaçamento dos Estudos: Dividir para Memorizar
Você já tentou devorar um livro inteiro de uma só vez e, dias depois, sentir que esqueceu tudo? Calma, isso é normal!
Nosso cérebro não foi feito para absorver informações em sessões extensas. O espaçamento dos estudos é um dos métodos de estudo mais eficazes justamente porque respeita o ritmo natural de consolidação da memória.
Como Funciona?
Em vez de estudar um tópico por 4 horas seguidas, divida-o em blocos menores e reveze com outras matérias. Por exemplo:
- Segunda-feira: 1 hora de Direito Constitucional
- Quarta-feira: 1 hora de Matemática Financeira
- Sexta-feira: 1 hora de Direito Constitucional novamente
Essa alternância estimula a memória de longo prazo, pois o cérebro revisita a informação em intervalos regulares, fortalecendo as conexões sinápticas.
Como expliquei no meu artigo sobre como nosso cérebro aprende, a chave é a constância. Mesmo que você só consiga estudar 3 vezes na semana.

Dica Prática:
Crie um plano de estudos e separe as matérias ao longo da semana. Você pode usar alguns aplicativos, por exemplo, Todoist para organizar tarefas, Notion para anotações e cronogramas, Google Agenda para agendar horários e lembretes.
2. Recuperação Ativa: Pergunte a Si Mesmo
Anotações bonitas não garantem aprendizado.
A verdadeira magia acontece quando você ativa sua memória ao invés de apenas reler passivamente.
O Que É Recuperação Ativa?
É a prática de testar seu conhecimento através de:
- Flashcards: Escreva perguntas de um lado e respostas do outro.
- Mapas Mentais: Conecte ideias visualmente (confira meu guia para criar mapas mentais).
- Simulados: Resolva questões antigas do seu concurso ou prova.
Como expliquei no vídeo, quando você força o cérebro a recuperar informações, ele entende que aquilo é importante e prioriza a fixação.
Um estudo publicado na Psicologia Escolar e Educacional destaca que a prática de recuperação ou recordação de informações da memória é uma estratégia eficaz para promover a autorregulação dos estudos e a aprendizagem dos alunos.
Experimento Pessoal:
Tive uma aluna médica que enfrentava sérios problemas para ser aprovada em uma prova de titulação em cardiologia. Ela já havia tentado duas vezes, sem sucesso.
Embora possuísse amplo conhecimento teórico, não conseguia passar na prova. O motivo era simples: não testava seus conhecimentos, pois não respondia a questões práticas.
Ao acompanhá-la, propus a utilização do meu método de estudo com revisões ativas. Ela ficou surpresa ao perceber a dificuldade que tinha com as questões.
Trabalhamos juntos por três meses, o que a levou à aprovação, apenas utilizando a recuperação ativa com questões
3. Elaboração: Explique Para Uma Criança
Já ouviu falar da Técnica Feynman? Criada pelo físico ganhador do Nobel, Richard Feynman, ela consiste em simplificar conceitos complexos como se estivesse ensinando a uma criança.
Passo a Passo:
- Escolha um tópico (ex.: “Teoria da Relatividade”).
- Escreva uma explicação com suas palavras.
- Identifique lacunas no seu entendimento e pesquise novamente.
- Simplifique até que um aluno do ensino médio entenda.
Funciona porque, ao elaborar com suas próprias palavras, você cria conexões significativas no cérebro.
A ideia é conseguir explicar para uma criança, ou seja, simplificar a informação e torná-la fácil a ponto de qualquer um entendê-la.
Ao fazer isso, você estará forçando seu cérebro a pensar ainda mais, o que ajuda no aprendizado.
A psicologia educacional destaca que a aprendizagem significativa ocorre quando novas informações se conectam a conhecimentos pré-existentes na estrutura cognitiva do aluno.
Explicar conceitos com suas próprias palavras facilita essa conexão, promovendo uma retenção mais eficaz e duradoura do conteúdo.
4. Codificação Dupla: Use Imagens e Palavras
Nosso cérebro processa informações de duas formas: verbal (texto) e visual (imagens). A codificação dupla aproveita essa dualidade para turbinar o aprendizado.
Como Aplicar?
- Assista a vídeos explicativos no YouTube após ler um texto.
- Desenhe diagramas ou fluxogramas (mesmo que feios, como os meus!).
- Use analogias visuais (ex.: comparar o sistema digestivo a uma linha de produção).
Um estudo publicado na Revista UNIBF revelou que, independentemente de idade, gênero, ocupação profissional ou escolaridade, indivíduos que receberam apresentações com imagens apresentaram um desempenho 89% superior em memorização em comparação àqueles que receberam apresentações baseadas apenas em texto.
O estudo ativo pode ajudar o estudante a utilizar imagens e textos em conjunto, garantindo assim uma melhor aprendizagem, principalmente de conteúdos complexos. No meu artigo sobre aprendizagem ativa falo mais a respeito disso.
Caso Real:
Tive um aluno que se preparava para concursos usando mapas mentais. Um ótimo método para utilizar a codificação dupla. Ele pegavas as principais leis e criava mapas mentais coloridos, depois respondia questões sobre o tema.
Cheguei inclusive de orientar ele sobre a técnica de revisão por mapas mentais, o que percebemos aumentou seus resultados nos simulados semanais.

5. Sono e Descanso: O Segredo Esquecido
Você sabia que dormir mal reduz sua capacidade de aprendizado? O sono é o momento em que o cérebro consolida memórias e “limpa” toxinas acumuladas durante o dia.
O sono também é crucial para a plasticidade sináptica, que é a capacidade do cérebro de fortalecer as conexões entre os neurônios, essencial para o aprendizado.
Dicas Para Dormir Melhor:
- Estabeleça um horário fixo (ex.: dormir às 22h e acordar às 6h).
- Evite telas 1 hora antes de dormir (a luz azul inibe a melatonina).
- Pratique meditação ou respiração profunda para reduzir o estresse.
Leonardo da Vinci, por exemplo, supostamente praticava o sono polifásico, dormindo várias sonecas curtas ao longo do dia.
Albert Einstein dormia entre 10 e 12 horas por noite, acreditando que o sono ajudava a processar e consolidar o conhecimento.
Nikola Tesla, por sua vez, também valorizava o descanso, tirando longas sonecas quando necessário, acreditando que isso era essencial para sua criatividade
Desafio Proposto:
Durma 30 minutos e, em seguida, comece a estudar. Eu uso essa técnica e tenho ótimos resultados.
Após o almoço, deito sem celular, deixando-o ao lado para me acordar em 30 minutos. Faço uma meditação até adormecer e, quando o celular toca, me levanto imediatamente (pois, se ficar na cama, acabo dormindo de novo) e tomo um banho gelado para ativar o corpo.
Depois, minha mente parece renovada e pronta para mais estudos. (Se não quiser banho gelado, pode tomar café ou algo que o desperte.) Experimente esta semana.

Conclusão: Combine Métodos de Estudo e Personalize
Nenhum método de estudo é universal.
Teste essas estratégias, adapte-as à sua rotina e observe quais funcionam para você.
Lembre-se: o objetivo não é estudar até cansar, mas estudar com inteligência.
Se precisar de ajuda, explore os artigos do site ou deixe um comentário abaixo contando sua experiência.
Recomendo conhecer um pouco mais sobre o Método 5, um método que desenvolvi para ajudar qualquer pessoas a se preparar para provas e concursos do jeito certo.
Compartilhe este artigo com um amigo que está lutando para memorizar fórmulas. Às vezes, uma pequena mudança técnica faz toda a diferença!
E não se esqueça: seu cérebro é uma máquina poderosa, mas precisa de combustível adequado. Durma bem, alimente-se direito e mantenha o ritmo.